Tainã Rocha
No final de cada ciclo, especialmente ao final de um ano, muitas vezes somos convocados a uma reflexão sobre os momentos que vivemos. Lacan fala de três tempos lógicos para que um sujeito chegue a apropriar-se de uma experiência: o instante de ver, o tempo de compreender e o momento de concluir.
O “instante de ver” é aquele em que algo se revela para o sujeito e que o interpela. Há uma percepção repentina que abre novos horizontes. É o momento em que, finalmente, conseguimos enxergar o que antes estava encoberto.
O "tempo de compreender" segue esse instante de revelação, e é quando o sujeito começa a dar sentido ao que viu, tecendo significados e ressignificando experiências. Um movimento que nos convida a olhar além do imediato, a considerar o que nos moveu a fazer o que fizemos e a escolher o que escolhemos. É uma fase de elaboração, onde o olhar se transforma em compreensão, e a compreensão pode levar à mudança.
O "momento de concluir" longe de ser pensado como um encerramento definitivo, é mais um ponto de reflexão sobre o que foi visto e compreendido, com a inclusão de uma aposta no que vem. Fechar um ciclo não é selar um destino, mas abrir espaço para o novo, para o que ainda não sabemos e que pode vir a ser.
Neste fim de ano, podemos pensar nesses três tempos como uma oportunidade de revisitar o que foi vivido, compreender as experiências que marcaram nosso caminho e poder concluir fazendo uma aposta no que ainda está por vir. Estando às portas de um novo ano, que possamos sustentar a pergunta: o que queremos construir no tempo que se abre diante de nós? Que 2025 seja uma oportunidade de continuar essa travessia.
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